Chega de fabulações romanescas

Publicado  terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu odeio as pessoas...
Não as quero por perto.
Elas nada me acrescentam e eu a elas tampouco.
Pois não há o que ser acrescentado.
Não há o que ser transformado.
Não há o que ser aprendido.
Por muito tempo evitei tal sentimento tão destrutivo.
Mas paulatinamente ele me dominou.
A essência de cada indivíduo, para os outros e muitas vezes para ele próprio, é incognoscível, e, portanto, irrelevante.
Em vão as pessoas tentam se entender. Ninguém pode verdadeiramente entender ninguém.
Nunca se entenderão por completo, e, caso se entendam, o que terão entendido afinal?
Alvíssaras! A compreensão é uma ilusão estéril.
Essa noção estende o conceito de solidão consideravelmente.
Assustadoramente.
E estou convicto de que essa é a grande razão para a crença em um ser superior.
A idéia de que existe alguém que nos conhece e entende tão bem, alguém tão acostumado à nossa nudez de corpo e alma quantos nós mesmos é, de certa forma, reconfortante.
As pessoas têm medo de abandonar as premissas, de se entregar à loucura.
Não são mais fortes do que os códigos misteriosos gravados no coração do homem.
E não percebem que desse modo estão abandonando a si próprios...
Opinião incipiente? Sim.
Opinião insipiente? Talvez.
Mas chega de corroborar críticas fáceis.
Chega de normalidade, de senso comum, de idéias perfeitamente concatenadas, de 'coerência mórbida'.
Chega de sílabas moduladas mecânica e artificialmente:
Eu odeio as pessoas!

4 comentários:

Mah disse...

Pois não há o que ser acrescentado.
=/

Vitor Costa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Shahira disse...

Boom.

Unknown disse...

é facil achar a o lado ruim existente no ser humano...dificil é vc saber reconhecer que ainda há algo de bom neles...