A vida que quero ter...

Publicado  quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Há quase duas semanas tenho pensando nesse título, nesse texto e nos meus desejos. Afinal, a vida que quero ter não pode ser decidida em minutos ou dias poucos ou até mesmo sob circunstâncias que modifiquem minha real vontade. A vida que quero ter é azul, não porque azul é a cor da preguiça, mas porque azul me dá vontade de sorrir, de relaxar e de fazer com que os outros próximos a mim sintam a mesma sensação de relaxado sorriso. A vida que quero ter tem som alto, onde cantar é um verbo alto e sem vergonha, dançar é uma locução indispensável a qualquer português musical e que todo cantor venha a se encantar ao cantar qualquer canção. A vida que quero ter é cheia de amigos eternos de um dia e lotada de amigos com prazo de validade para a vida toda e sempre, sempre ter um bom sonho a se buscar. A vida que quero ter é cheia de livros, de artigos, de estudo, conhecimento, aprendizados, provas, testes, resultados, aprovações. A vida que quero ter tem sabor de sede coca-cola, tem gosto de chiclete big-big e hálito de halls de melancia. A vida que quero ter tem cachorros grandes, pequenos e dos que latem, gatos peludos, de bigodes e dos que gostam de passear pela noite. A vida que quero ter tem John Mayer para os dias tristes, Cássia Eller para os dias de saudade e todas minhas outras bandas para meus ouvidos e corpo poderem diversificar. A vida que quero ter é repleta de praia e recheada de São Paulo. A vida que quero ter cabe política, cultura, espetáculos, teatro e cinema. A vida que quero ter é disciplinada, é organizada e pautada em uma lista de itens a serem cumpridos, afinal, o segredo da organização é não bagunçar o que está arrumado. A vida que quero ter é cheia de comida boa, de frutas maduras e de chocolates gordurosos. A vida que quero ter é cheia de paixões, paixões por meus amigos, por minhas coisas, por seus sorrisos e por sua felicidade. A vida que quero ter é cheia de família, gigante de mãe, esperta de pai e gostoso como irmão mais novo. A vida que quero ter é cheia de mistério, de curiosidades e experimentações. A vida que quero ter é de amor, mas que eu possa deixar no coração de cada nova paixão uma lembrança de carinho e uma vontade. A vida que quero ter, afinal, é exatamente a vida que agora tenho; não sou a mulher mais feliz do mundo, não vou realizar alguns sonhos e tenho que me readequar com novos e futuros novos planos: paciência! Nem tudo sai como esperamos e nem todos ficam do nosso lado para sempre. A pessoa que mais importa hoje é aquela que vejo no espelho, a pessoa mais interessante e a pessoa do qual mais devo dar, agora, atenção. O segredo da felicidade está todo dia conosco, todo dia em nossas mãos e a nosso alcance, não é amar e ser correspondido, ou jogar e ganhar ou estudar e passar: não; isso é apenas mérito do que você é, do que você fez e do seu esforço. Felicidade é estar em paz com a paz com que você mesmo se faz, é poder acordar com seus pensamentos e sorrir com eles, é se olhar no espelho e esquecer as espinhas e lembrar que existe alguém foda pra caralho sendo refletida, que a somatória da física, óptica e refração me deixam enxergar a pessoa excelente que nós somos e SEMPRE poderemos ser. Dificuldades, problemas e dores de cabeça? Inevitáveis! Mas o que pode ser tão ruim que me faça desistir de mim, que me faça me querer menos, me desejar sem vontade? Se eu pudesse ser duas, seria duas exatamente iguais a mim, não por ego ou por auto-adoração ou egocentrismo, que seja, mas porque me sinto bem com o que sou, com a pessoa que agora sou e com a mulher que pretendo e lutarei para ser. Estou entrando na fase adulta desde meus 14 anos, segundo minha mãe, mas nunca nesses meus quase 21 anos me enxerguei menos filha, ou mais mãe e até mesmo menos criança. Não por minhas condutas ou gosto por desenho – dane-se, eu os adoro -, mas por ainda sempre precisar de um adulto [pai e mãe] por perto. Ser gente grande é tão complicado. Todos cobram, todos pedem e raros são aqueles que te dão. E eu tenho a péssima mania de me cobrar mais que todos, só para tentar, mesmo que inutilmente, mostrar que sou melhor do que podem ou do que eu mesma posso esperar. A ilusão é doce, a visão amarga. Eu quero mais é me provar, meu auto-torturar e me provar que posso ser tão boa quanto eu precisar ser. Não é sadismo, não me interprete mal, mas é apenas vontade de ser capaz do que quiser ser capaz. A vida que quero ter é feliz, é sofrida e mesmo assim é FELIZ.

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